Youtuber se envolveu em confusão com o presidente na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília
O registro viralizou após Wilker chamar o chefe do Planalto de “tchutchuca do centrão” e xingá-lo de “vagabundo”. Antes de conversar com o youtuber, que questionou o presidente sobre o fato de ele ter sancionado um projeto para limitar a delação premiada, Bolsonaro tentou tirar o celular da mão do rapaz.
O presidente também agarrou a camisa do youtuber, que, antes, já havia sido jogado no chão —na sequência, seguranças tentaram afastá-lo. “Num local público não vou me retirar, não, vou continuar aqui. O senhor [Bolsonaro] vai pedir para o pessoal do GSI [Gabinete de Segurança Institucional] me tirar de um lugar público? Vocês vão fazer o quê? Me prender por estar num lugar público?”, questionou Wilker.
Na sequência, chama Bolsonaro de “tchutchuca do centrão”, “safado” e “vagabundo” e o provoca: “Quero ver você ser corajoso para sair e conversar comigo, ‘tchutchuca do centrão’. Valdemar da Costa Neto, você se entregou para ele”, diz Wilker, citando o líder do PL, partido do qual Bolsonaro agora faz parte. “O Lula é ladrão também, mas esse aí [Bolsonaro] está fazendo tudo o que o PT faz, ou então o PT volta.”
Enquanto Wilker falava, o presidente ensaiou deixar o local, mas, depois de entrar num carro, resolveu voltar ao local onde estavam concentrados seus apoiadores e partiu em direção ao youtuber, agarrando-o pelo braço e pela camisa. Neste momento, integrantes da segurança do presidente afastam Wilker. O chefe do Executivo pede para que não filmem o momento. “Filma não, filma não.”
Depois, Wilker volta, e os dois conversam, mais tranquilos. O youtuber questiona o presidente sobre delação premiada, armas e emendas de relator. “Não posso ser um presidente 100%, vai desagradar um ou outro em alguma outra coisa, vai desagradar”, responde Bolsonaro, em vídeo registrado pela TV Globo.
O presidente defendeu sua aliança com o centrão, criticada pelo youtuber. Ele disse que, para governar, precisa do apoio do grupo político, que agrega cerca de 300 dos 513 deputados federais.
Wilker já esteve no Palácio da Alvorada entre apoiadores do presidente há cerca de um mês. Na ocasião, fez um vídeo no qual questiona a reunião de Bolsonaro com embaixadores para desacreditar as urnas.
Em seu canal do YouTube, ele se apresenta como advogado e cabo do Exército e diz tratar de “temas polêmicos e relevantes acerca do militarismo, do direito e da política”.
Em 2020, para evitar a abertura de um processo de impeachment, Bolsonaro intensificou a ampliação de sua base aliada por meio da antes contestada política do toma lá dá cá, com a entrega de cargos e recursos para parlamentares aliados do governo, em especial do chamado bloco do centrão.
Fonte: folha.uol.com.br