Maio é considerado o mês das mães, mas uma parte essencial da maternidade, e ainda pouco discutida, é a saúde mental materna. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão pós-parto afeta cerca de 1 em cada 6 mulheres, uma problemática com incidência comum, emergindo a necessidade de uma compreensão mais alargada deste fenômeno.
Segundo a psicóloga do Sistema Hapvida, Ivana Teles, além de causar prejuízos para a saúde e a autoestima da mulher, esse transtorno pode dificultar a amamentação e o vínculo entre mãe e filho.
“É uma fase de muitas alegrias, mas também de muitos desafios para mulheres, afinal de contas, é muito comum surgirem anseios, medos e inseguranças. Esses sentimentos são naturais nessa fase, mas em algumas mães, esses sentimentos são tão intensos, que podem gerar depressão pós parto e, nestes casos as mães precisam de ajuda profissional”, explica a psicóloga.
“Existem alterações hormonais que vão alterar o humor dessa mãe, mas também existem situações que podem potencializar tudo isso. E, por isso, é tão importante a rede de apoio nesse momento. É importante que todos que estejam ao redor possam perceber esses sinais para induzir essa mulher ao tratamento adequado, com a consulta ao psiquiatra, ir ao psicólogo, e em casa construir e fortalecer a sua rede de apoio nesse momento”, acrescentou Ivana Teles.
A psicóloga Ivana Teles alerta ainda que depressão pós-parto não é “frescura” ou “fraqueza”. Mulheres que desenvolvem depressão pós-parto possuem maior risco de desenvolver depressão em outro momento da vida. Se não for tratada, a depressão pode durar vários meses.
Sinais de depressão pós-parto:
- Humor deprimido ou mudanças de humor severas;
- Choro excessivo;
- Dificuldade de desenvolver uma ligação amorosa com o bebê;
- Afastamento da família e dos amigos;
- Alterações no apetite: falta de apetite ou comer muito mais do que o habitual;
- Incapacidade de dormir (insônia) ou dormir demais (hipersônia);
- Fadiga abrupta ou perda de energia;
- Redução do interesse e prazer nas atividades que a mãe costuma realizar;
- Intensa irritabilidade e raiva;
- Medo frequente de não ser uma boa mãe;
- Sentimentos de inutilidade, vergonha, culpa ou inadequação;
- Diminuição da capacidade de pensar com clareza, concentrar-se ou tomar decisões;
- Ansiedade grave e ataques de pânico;
- Pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê;
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Fonte: ASCOM