A história do primeiro super-herói asiático do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) chega aos cinemas no próximo dia 2 de setembro. “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” conta a história de um jovem chinês, interpretado pelo ator sino-canadense Simu Liu, que é criado sem ter contato com mundo exterior e treinado pela organização Dez Anéis. Quando finalmente sai da reclusão, o super-herói se rebela por descobrir que seu pai não é quem dizia ser. Dirigido por Destin Daniel Cretton, o filme é mais uma produção que entra na Fase 4 da MCU – iniciada com a série “WandaVision” e que já contempla as produções “Falcão e o Soldado Invernal”, “Loki” e “Viúva Negra”. A chegada do longa sobre Shang-Chi pode deixar muita gente perdida na linha do tempo do MCU, isso porque o recente filme sobre Natasha Romanoff acontece antes da formação dos Vingadores. Em entrevista ao Fandango, o diretor do longa esclareceu que a trama se passa após os eventos do filme “Vingadores: Ultimato”, lançado em 2019. A nova produção da Marvel, além de trazer um protagonista asiático, também se destaca por explorar as artes marciais. Confira algumas curiosidades sobre o longa:
Simu Liu não sabia lutar
A preparação de Simu Liu para viver o herói foi intensa e os treinos começaram bem antes do início das gravações do filme. “Eu sabia que o Shang-Chi não é um personagem que tem uma máscara ou um traje de alta tecnologia, o que significava que eu teria que fazer muitas das coisas [que aparecem em cena]. Soube desde o primeiro dia e estava muito empolgado para começar”, afirmou o ator, que treinou em Toronto, no Canadá, e em Los Angeles, nos Estados Unidos. Quando chegou em Sidney, na Austrália, para gravar o longa, ele recebeu um treinamento intensivo com especialistas em vários tipos de artes marciais. “Eu, literalmente, senti que estava aprendendo com os melhores do mundo. Passamos por quase todos os estilos de luta imagináveis conhecidos pelo homem, inclusive aqueles que não apareceriam no filme.” Liu praticou Kung Fu chinês tradicional, Wushu, Hong Chen, Muay Thai, Silat, Krav Maga e Jiu-Jitsu. Fora isso, o intérprete do novo herói da Marvel também treinou boxe e lutas de rua.
Toda essa preparação foi necessária para que o ator dispensasse um dublê e pudesse protagonizar o máximo de cenas de ação do filme. Simu Liu contou que não tinha nenhuma experiência com artes marciais, mas conseguiu se tornar um lutador habilidoso depois de todo esse intenso treinamento. “Meus pais infelizmente não me deixaram praticar artes marciais quando criança. Eles achavam que era muito perigoso e preferiram que eu estudasse piano e matemática. Fiz essas coisas com muita dedicação, mas sempre quis fazer artes marciais. E a melhor coisa desse filme é que eu tive a oportunidade de experimentar todos os diferentes estilos de artes marciais que existem”, afirmou.
Polêmica nos bastidores
Diferente dos filmes “Viúva Negra” e “Cruella”, “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” não terá um lançamento simultâneo no Disney+ pelo Premier Access. Segundo divulgado pelo USA Today, o CEO da Disney, Bob Chapek, disse em uma reunião com investidores que alguns lançamentos precisaram acontecer nos cinemas e na plataforma de streaming ao mesmo tempo devido à pandemia e o filme protagonizado por Simu Liu será “uma experiência interessante”, pois o planejado é que ele entre no catálogo do Disney+ apenas no dia 18 de outubro. Bob disse ainda que os resultados obtidos com esse lançamento intervalado devem definir como serão lançados os futuros títulos do estúdio. O intérprete do super-herói parece não ter gostado das declarações do CEO da Disney e fez um post polêmico no Twitter. “Não somos um experimento. Nós somos o azarão; o subestimado. Nós somos os quebradores de teto. Somos a celebração da cultura e da alegria que perseverará após um ano de combates. Nós somos a surpresa. Estou empolgado pra porr* para fazer história”, escreveu Simu Liu.
Com a repercussão da publicação, Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, decidiu se posicionar a favor do ator. “Ele não é um homem tímido. Acho que naquele tweet em particular dá para ver, e acho que todo mundo vê, um mal-entendido. Não era a intenção dele. A prova está no filme que fizemos com tanto esforço, como sempre fazemos. Não poupamos despesas e nem energia criativa para levar essa história para as telas”, declarou Kevin ao The Hollywood Reporter. Vale ressaltar que a atriz Scarlett Johansson entrou com um processo contra a Disney após “Viúva Negra” ser lançado nos cinemas e no Disney+ no mesmo dia. A artista alegou que isso não estava em contrato e que essa estratégia para aumentar o número de assinantes na plataforma de streaming diminuiu os índices da bilheteria, que estavam atrelados ao cachê da atriz. A Walt Disney Company se pronunciou dizendo que tal atitude é um desrespeito aos efeitos da pandemia e divulgou que pagou mais de US$ 20 milhões à atriz.