Áudios divulgados enquanto acontecia o depoimento contrariam tese que o ex-diretor apresentou para a comissão
“Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, anunciou o parlamentar. A advogada de Roberto Dias protestou e classificou a ordem de prisão como “um absurdo”. Pouco antes das 18 horas, Aziz reiterou o pedido e encerrou a sessão: “Ele está preso por mentir em perjúrio”.
Aziz tomou a decisão após a revelação de áudios, divulgados pela CNN Brasil, que contrariam a tese que Dias apresentou à comissão: a de que o encontro com o vendedor de vacinas e policial militar Luis Paulo Dominghetti aconteceu de forma acidental, tendo Dominghetti aparecido de supresa – acompanhado pelo tenente-coronel Marcelo Blanco – em um restaurante em Brasília.
“Muito possivelmente ele sabia que eu estava neste restaurante por alguma mensagem ou telefonema”, respondeu Ferreira Dias ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
Dois dias antes do encontro, entretanto, Dominghetti enviou um áudio a um interlocutor, de nome Rafael, sinalizando um avanço na compra de vacinas e confirmando uma reunião para a mesma data em que Roberto Dias estava no restaurante de Brasília.
“A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias… e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, diz Dominghetti de acordo com o áudio publicado pela CNN Brasil.
“Não aceito que a CPI vire chacota”, diz Aziz
Em seu perfil do Twitter, Omar Aziz se pronunciou sobre os acontecimentos desta quarta-feira. Na rede social, ele escreveu que “não é fácil” tomar a decisão de mandar prender alguém, mas que não deixará que “a CPI vire chacota”. O senador publicou, ainda, um vídeo do momento em que justifica o pedido de prisão antes de encerrar a sessão; assista: