Ele estava internado nos EUA, e motivo da morte não foi informado; ‘Foi farol para milhões’, diz Bolsonaro
O escritor Olavo de Carvalho, guru bolsonarista, morreu na noite desta segunda-feira (24), aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia (EUA), onde estava hospitalizado.
A morte foi anunciada pela família nos perfis oficiais do escritor nas redes sociais. Foi também confirmada à Folha pelo cineasta Josias Teófilo, próximo a Olavo.
“A família agradece a todos os amigos as mensagens de solidariedade e pede orações pela alma do professor”, diz o comunicado divulgado na madrugada desta terça (25).
A causa da morte não foi informada.
Ele recebeu o diagnóstico de Covid-19 no dia 15 de janeiro, segundo administradores do grupo do Telegram que reúne os seguidores do ideólogo bolsonarista.
A mensagem sobre o diagnóstico da doença foi compartilhada depois de Olavo ter cancelado por duas semanas consecutivas as lives que transmite para os assinantes pagos de seu curso online de filosofia.
O escritor deixa a mulher, Roxane, oito filhos e 18 netos.
Nascido em Campinas (SP) em 1947, interessou-se por filosofia desde a adolescência. Nunca teve uma carreira acadêmica formal, o que o levou a ser acusado por detratores, ao longo da vida, de não merecer ser chamado de filósofo.
A partir do momento em que se desiludiu com a esquerda, passou a dedicar-se à desconstrução do mais importante formulador do socialismo científico, Karl Marx.
LEIA PERFIL DE OLAVO DE CARVALHO
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Guru do governo Bolsonaro, escritor era ícone dos conservadores
A partir da segunda metade da década de 1990, os escritos de Olavo se tornam mais políticos, e seus livros ganham popularidade na medida em que a maré ideológica começa a virar para a direita.
A onda conservadora que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e à eleição de Bolsonaro dois anos depois, definiu Olavo como seu farol ideológico.
Olavismo, olavista e olavete passaram a ser termos de uso corrente, da mesma forma que lulismo ou malufismo já foram.
Imagem divulgada pela presidência mostra o presidente Jair Bolsonaro durante encontro com Olavo de Carvalho na embaixada brasileira em Washi Alan Santos 17.mar.2019/Divulgação/PR
Em dezembro, Olavo de Carvalho afirmou nas redes sociais que iria votar em Bolsonaro por falta de opção.
Antes aliado de primeira hora e tido como ideólogo do governo, o escritor se tornou crítico do presidente. Em recentes publicações, ele disse que Bolsonaro falhou na briga contra o que chama de comunismo.
Também pelas redes, Olavo afirmou no ano passado que Bolsonaro é o melhor candidato. “O problema é que, na situação calamitosa a que chegamos, isso não basta”, declarou.
Um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), também fez uma homenagem ao escritor.
“Grande foi a sua influência em nossas vidas, não apenas em política, mas também através de ensinamentos valorosos e inúmeras amizades geradas por convergência de valores. Muitas lições e até mesmo críticas (sempre com a melhor das intenções) nos ajudaram a refletir e crescer”, escreveu.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), outro filho do presidente, disse que os ensinamentos de Olavo de Carvalho vão permanecer por muito tempo.
“Muito triste perder esse gigante. Nunca vamos esquecê-lo”, afirmou Arthur Weintraub, ex-assessor da presidência.
LEIA OUTRAS REPERCUSSÕES
Partiu o filósofo Olavo de Carvalho. Seus ensinamentos e sua luta na defesa de liberdade permanecerão para sempre. Que Deus o receba em toda a sua bondade e conforte o coração de sua família. Obrigado, Professor.
O Brasil perde o professor Olavo, o homem que despertou e sacudiu milhões de brasileiros. Filosofia, religião, política,literatura, e muito mais em seus livros e suas aulas.Dono de um temperamento forte e de um grande coração. Deixa um legado e uma saudade imensos.