“Fica parecendo discurso de candidato da oposição”, afirmou o emedebista.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1), o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter prometido manter o Auxílio Brasil de R$ 600 no ano que vem e corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR), mas não incluir as medidas no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) enviado nesta quarta (31) ao Congresso.
“O presidente Bolsonaro vem dizendo sempre que vai continuar com esse valor no ano que vem, só que ele fala isso e não propõe. Fica parecendo discurso de candidato da oposição. A crítica que eu faço é que ao governo cabe propor, a oposição só pode prometer. O governo teria que partir do discurso para a prática, propondo, e aí o legislativo vai discutir a proposta até chegarmos ao entendimento”, disse.
Castro destacou que o governo reconhece a necessidade e a importância de dar continuidade ao auxílio de R$ 600, mas que propõe R$ 405 na peça orçamentária, com a promessa de buscar soluções jurídicas para o aumento. “Para nós foi uma surpresa o governo não ter mandado (o valor de R$ 600)”, contou.
Imposto de Renda
A tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física não é corrigida desde 2015, o que obriga um número maior de brasileiros a pagar o imposto. O senador Marcelo Castro apontou que, na prática, os trabalhadores acabam sofrendo um “achatamento no salário”.
“Como é que essa é uma prioridade do governo, se é uma promessa do governo de 2018, feita em campanha, e durante todos os quatro anos ele não propôs nenhuma vez reajustar a tabela? Agora, no seu último ano de governo ele também não propõe reajustar e ainda diz que é uma prioridade. Isso aqui é muito mais um discurso de oposição do que de governo. O governo se ele quer reajustar tabela, ele deveria ter proposto na peça orçamentária”, disse.
Fonte: ASCOM