Como resposta, PT diz que pastor é ‘candidato que faz fake news’ e cita ações do ex-presidente em favor dos religiosos
No sábado (13), dia da Marcha para Jesus no Rio de Janeiro, Feliciano disse, em entrevista à rádio CBN: “No púlpito, eu não sou político, eu sou pastor. E, como pastor, eu tenho que alertar o meu rebanho que tem um lobo nos rodando, um lobo que quer tragar as nossas ovelhas”. E completou: “Existem muitas formas de se fechar uma igreja, não necessariamente vir com fuzis e fechá-la. O governo pode fazer através de criação de leis, de impostos”.
Dois dias depois, à coluna Mônica Bergamo, da Folha, ele reafirmou as declarações. “Existem muitas formas de se fechar uma Igreja. Uma delas é calando os pastores ou obrigando religiosos a terem condutas antibíblicas. A igreja fisicamente estará aberta, mas na prática estará fechada”, disse Feliciano, que tenta se reeleger como deputado.
Como resposta, o PT afirmou no site Verdade na Rede, criado pelo partido contra a desinformação, que “Marco Feliciano é mais um candidato que faz fake news e se ocupa em criar um caldo de ameaças, desinformação e medo no primeiro dia da campanha política de 2022”.
A publicação cita ainda que Lula também é cristão e relembrou ações do governo do PT em favor dos religiosos, como a sanção, em 2003, da lei que permite que igrejas e associações religiosas pudessem ter personalidade jurídica, e, em 2009, quando ele sancionou o projeto de lei que cria o Dia Nacional da Marcha para Jesus.
Outro momento que mostra a ligação de Lula com os evangélicos foi a presença dele, em 2007, então como presidente, na inauguração da Record News, do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono do grupo Record. A proximidade dos pastores com o petista vinha desde a campanha presidencial, em 2002.
À Folha, a assessoria do ex-presidente afirmou que “lamenta a divulgação de fake news pelo político Feliciano e as medidas legais cabíveis estão sendo analisadas”.
Procurado, o deputado não respondeu até a publicação desse texto.
Entre os evangélicos, Lula tem 33% das intenções de voto segundo pesquisa Datafolha de julho, enquanto seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece com 43%. Entre os católicos, o petista lidera com 52%; Bolsonaro tem 25%.
Esta não é a primeira vez que o ex-presidente é alvo de desinformação religiosa. No começo deste ano, por exemplo, conteúdo que viralizou dizia que Lula pediria ao STF (Supremo Tribunal Federal) para censurar padres e pastores. Em 2021, um vídeo afirmava, erroneamente, que o petista teria ameaçado pregadores.
Fonte: folha.uol.com.br