Brasileiro dominou a prova e conquistou a histórica medalha para o Brasil nos Jogos de Tóquio; canoísta fatura o seu quarto pódio olímpico
Desde o fim dos Jogos do Rio-2016, Isaquias começou a se preparar para Tóquio. O próprio Morlán via como positivo ele não ter conseguido o ouro olímpico para poder chegar no Japão com mais “fome” de medalhar. O atleta ficou mais forte e rápido, mas também teve alguns problemas no caminho. O primeiro foi a perda de Morlán, espanhol que levou a canoagem brasileira para um outro patamar, mas que faleceu em novembro de 2018.
O auxiliar Lauro de Souza Júnior assumiu os treinamentos na canoa, seguindo todos os ensinamentos do antigo técnico, incluindo a programação de treinos. A pandemia de covid-19 pouco afetou Isaquias, que treinava em um local isolado em Lagoa Santa, em Minas Gerais. Mas aí pouco antes da Olimpíada, ele perdeu para Tóquio seu parceiro Erlon de Souza, que por causa de problemas no quadril não poderia competir. Então Isaquias chegou a Tóquio sem seu fiel escudeiro no C2 e acabou ficando fora do pódio na prova.
Nesta sexta-feira, manhã de sábado no Japão, ele disputou a semifinal e participou da segunda bateria. Liderou toda a prova, até poupando um pouco de energia no final, e ficou à frente de Serghei Tarnovschi, da Moldávia, de Conrad Scheibner, da Alemanha, e de Zheng Pengfei, da China. Na outra semifinal quem liderou foi o francês Adrien Bart, seguido pelo chinês Hao Liu, pelo checo Martin Fuksa e pelo cubano Fernando Jorge.
Na final, ele começou bem e passou a marca de 250m na terceira posição. Na metade da prova, estava em segundo, mas colado no chinês Hao Liu. A partir daí aumentou o ritmo, aumentou a distância e fechou a prova com tranquilidade em 4min04s408. A prata ficou com Hao Liu, da China, e o bronze com Tarnovschi.
Isaquias é baiano de Ubaitaba, cidade que fica próxima a Ilhéus e que fez uma festa para acompanhar a final do filho ilustre. Quando ele fez história nos Jogos do Rio, cinco anos atrás, desfilou em carro de bombeiro com suas três medalhas: ele foi o primeiro brasileiro a realizar tal feito em um única edição da Olimpíada.
Na ocasião, ele ganhou a medalha de prata no C1 1.000m e conquistou outra da mesma cor no C2 junto com Erlon de Souza, também nos 1.000m. E ainda garantiu um bronze no C1 200m, algo raríssimo porque para uma distância curta precisa fazer um outro tipo de prova, com mais velocidade e menos resistência.
Aos 27 anos, ele coloca seu quarto pódio olímpico e vai se firmando como um dos maiores atletas brasileiros na história. E já vislumbra um bom desempenho nos Jogos de Paris, em 2024. Lá haverá a distância de 500m, algo que agrada ao canoísta e pode ajudar a ampliar ainda mais sua coleção de medalhas olímpicas.
Fonte: terra.com.br