Presidente afirmou que vai consultar equipe econômica sobre essa possibilidade
Em entrevista à rádio evangélica Novas de Paz, de Pernambuco, o chefe do Executivo se queixou de não poder direcionar o preço do combustível por ser crime de responsabilidade, mas de levar “a culpa” pelo aumento dos valores.
“Já tenho vontade de privatizar a Petrobras, tenho vontade. Vou ver com a equipe da economia o que a gente pode fazer”, disse Bolsonaro.
“Eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível. Mas quando aumenta a culpa é minha. Aumenta o gás de cozinha, a culpa é minha. Apesar de ter zerado o imposto federal, coisa que não acontece aí por parte dos governadores”, completou.
A proposta, cujo objetivo é baratear o preço da gasolina, foi patrocinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na entrevista, Bolsonaro disse que o projeto não era o que ele queria, nem o ideal, mas vai “ajudar”. Segundo o presidente, a expectativa é que, com a mudança, o preço do combustível reduza em cerca de 7%.
“Não é o projeto ideal, mas eu cumprimento o Arthur Lira, porque ele conseguiu aprovar o que foi possível”, disse o mandatário.
Na quarta-feira (13), o presidente da Câmara deu uma entrevista em que defendeu a privatização da Petrobras.
“Essa é a pergunta que tem que ser feita: então não seria o caso de privatizar a Petrobras? Não seria a hora de se discutir qual a função da Petrobras no Brasil? É só distribuir dividendos para os acionistas?”, questionou o deputado em entrevista à rádio CBN.
Entretanto, Lira negou conversas de bastidores sobre a possibilidade de troca no comando da Petrobras, quando questionado sobre rumores que indicam que as críticas à estatal seriam tentativa do Centrão de mudar diretoria da empresa.
Em setembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o plano do governo para um horizonte de dez anos contempla privatizar as estatais de maneira irrestrita, incluindo a Petrobras e o Banco do Brasil.
Ao participar de evento promovido pela International Chamber of Commerce (ICC Brasil), ele afirmou que esse é um dos vetores “muito claros” para o futuro, assim como alterações no regime de Previdência.