Jornalista e indigenista Bruno Pereira foram vistos pela última vez no dia 5, na terra indígena Vale do Javari, na Amazônia
Segundo o chefe do Executivo, o repórter e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, 41, que também está desaparecido, “resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema”.
Também nesta quarta, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou estar “profundamente preocupado” com o fato de seu conterrâneo ainda não ter sido encontrado na Amazônia.
“Esse inglês era malvisto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele.”
“Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar lá”, afirmou em entrevista à jornalista Leda Nagle, simpatizante do bolsonarismo.
O mandatário disse que os dois desaparecidos deveriam estar armados para se protegerem na região. “É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam.”
Atalaia do Norte: cidade mais próxima da terra indígena Vale do Javari, sede da Univaja e local de chegada previsto de Pereira e Phillips João Alet/AFP
“Aquela região, você pode ver, pelo que tudo indica, se mataram os dois, se mataram, espero que não, eles estão dentro d’água e dentro d’água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha lá no Javari. A gente lamenta tudo isso aí”, afirmou.
O chefe do Executivo também voltou a criticar o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), por ter dado uma decisão em que mandou o governo adotar todas as providências possíveis para encontrar Phillips e Pereira.
“Barroso podia dar cinco dias também para achar os 60 mil”, disse, em relação ao número de desaparecidos no país. E prosseguiu: “Vem sentar na cadeira para dar dica de como achar os 60 mil desaparecidos e não só dois que estão lá porque todos merecem dedicação”.