A crise no transporte público não é um problema exclusivo de Teresina. Em todo o Brasil, empresas que atuam no setor estão enfrentando dificuldades financeiras. Com a pandemia da Covid-19 houve um agravamento dos problemas no setor da capital e os principais impactos provocados foram a grande redução no número de passageiros transportados, queda de arrecadação das empresas e falta de qualquer incentivo fiscal por parte dos poderes públicos. De acordo com avaliações técnicas, as principais soluções para o setor são reestruturação do sistema, cumprimento de repasses de subsídios por parte da Prefeitura de Teresina, racionalização da rede de transporte existente, desoneração de impostos sobre a atividade, escalonamento de horário das atividades comerciais, gratuidade seja subsidiada pelo poder público, dentre outros.
Avaliações técnicas apontam também que o que é arrecadado hoje pelo sistema em Teresina não cobre os custos para operacionalizar todo o transporte. O coordenador técnico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT), Vinicius Rufino, comenta os impactos e opções resolutivas ao setor. “A redução do número de passageiros e o déficit no repasse do subsídio por parte da gestão municipal, além de outros indicadores negativos resultaram em prejuízos acumulados pelas empresas de ônibus urbano, indicando uma frustração das expectativas quanto à recuperação econômica do segmento. Considerando a tarifa técnica de R$ 5,04 e se aplicarmos uma desoneração de 17% sobre o preço do óleo diesel atual, essa tarifa cairia pra R$ 4,78. Então assim, a título de aliviar o custo do sistema, hoje é uma necessidade muito grande a da desoneração dos tributos. São ações importantes que ajudam na manutenção de um certo equilíbrio do custo em relação a receita”, explica.
O engenheiro Augusto Basílio, mestre em planejamento de transporte, fez parte da gestão do ex-prefeito Firmino filho e reforça a necessidade de diálogo e apoio da gestão atual aos problemas do sistema.
“A Prefeitura não pode se trancar para esse tema. A gestão tem que abrir um debate independente de qualquer questão política ou partidária. Penso que possa envolver universidade, técnicos e especialistas da área para debater o tema na busca de soluções para o setor, de tal forma que pudéssemos ter uma visão descompromissada de qualquer facção política. Tudo passa pela operação. O sistema tem que se sustentar ou então é necessário que seja repassado o subsídio, que é o que vinha ocorrendo em Teresina. A municipalização é uma solução que iria precisar de um resultado imediato e o sistema iria parar por completo, porque não haveria um comprometimento efetivo das empresas operadoras com o sistema”, disse.
Com informações da ASCOM