LONDRES — O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, teve resultado positivo no teste para o novo coronavírus, segundo anunciou ele próprio na manhã desta sexta-feira. Ele permanecerá em autoisolamento na residência oficial do governo em Downing Street, número 10. Com a confirmação, Boris é o primeiro chefe de governo ou de Estado a contrair a Covid-19.
“Ele foi testado por recomendação do médico-chefe para a Inglaterra, Chris Witty”, disse o governo em nota oficial. Horas depois, o ministro da Saúde, Matt Hancock, foi às suas redes sociais anunciar que também contraiu a doença. Em um vídeo, o ministro anunciou que seus sintomas são leves, e que já estava trabalhando de casa havia alguns dias.
Boris também estaria com sintomas leves, que começaram na quinta-feira. Talvez isso explique por que o premier já não participou da entrevista coletiva do ministro das Finanças, Rich Sunak, que apresentou um novo pacote de ajuda financeira para os trabalhadores por conta própria e autônomos.
“Nas últimas 24 horas, eu tive sintomas leves e meu teste para o coronavírus deu positivo. Estou em auto-isolamento, mas vou continuar na coordenação das políticas de combate ao coronavírus por vídeo. Juntos venceremos isso. #stayhoemsavelives”, disse Boris pelo Twitter, em mensagem na qual afirmou ainda ter febre e uma tosse persistente e agradeceu aqueles que vêm trabalhando no combate à doença.

Por mais que outros chefes de governo, como a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente americano Donald Trump e o presidente Jair Bolsonaro também tenham realizado exames para doença, Boris foi o primeiro a divulgar o diagnóstico positivo. O diagnóstico veio dois dias após o anúncio de que o príncipe Charles também contraiu o Sars-CoV-2. Os sintomas do herdeiro do trono britânico, segundo a Coroa, são brandos.
Apesar de um grande aumento nas últimas semanas de sua capacidade nas unidades de terapia intensiva, os hospitais da capital registram “uma explosão” do número de “pacientes gravemente enfermos, uma espécie de tsunami contínuo”, afirmou Chris Hopson, do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS), à rádio pública BBC na quinta-feira. Para tentar atender aos doentes, o governo vem incentivando as pessoas a se voluntariarem para auxiliar no combate da doença. O objetivo era conseguir 250 mil voluntários.
Em menos de 48 horas, no entanto, mais de 600 mil voluntários se inscreveram neste grande esforço nacional para ajudar a população mais vulnerável a lidar com a pandemia do novo coronavírus, como destacou Boris no vídeo que postou no Twitter na manhã desta sexta-feira.
Na noite de ontem, milhões de britânicos foram para as portas e janelas de casa, de onde, mantendo o distanciamento social, bateram palmas e panelas, assoviaram e até soltaram fogos de artifício em homenagem aos funcionários do NHS, como é conhecido o sistema de saúde nacional gratuito britânico, que inspirou o SUS no Brasil.
Fonte:globo.com