Reclusa em casa, cantora passa o dia preparando os duetos e diz estar preocupada com os negacionistas do novo coronavírus
“Ô de casas é porque cada um está em sua casa”, justifica o nome do projeto. Os programas não têm cenário, nem equalização e o som é gravado pelo próprio computador ou disposto móvel. Só se usa o recurso da adequação do tamanho de imagem dos músicos que aparecem lado a lado na tela.
No vídeo, os músicos se apresentam à vontade. A descontração traz leveza nesse período de inquietação. A produção limitada não atrapalha as enigmáticas apresentações musicais de uma canção de cada vez, previamente gravadas e depois disponibilizadas na rede social da cantora.
Alívio
Salmaso cita que o projeto tem sido um alívio diário ao isolamento social. “Tenho me preocupado se vamos passar ileso ou não. Quem vai ser contaminado? Isso dá muita agonia”.
A intérprete comenta que o momento é ao mesmo tempo “terrível” e curioso. Lembra que várias atividades antes muito criticadas ganharam papel fundamental contra a pandemia, como a imprensa, a ciência, a educação e a arte para “humanizar” e “suportar” esse momento de confinamento.
Ela avalia que a situação “é uma grande oportunidade para entender que somos parte de uma coisa única que é o nosso planeta”.
Álbum adiado
Mônica Salmaso lançou o último álbum, o 11º da carreira, há três anos. Com o nome de Caipira, o trabalho é sensível e a sua voz impecável percorre o puro cancioneiro rural. A cantora informa que estava para lançar um álbum que gravou com Guinga, Teco Cardoso e Nailor Proveta (sopros) durante uma turnê que fizeram em abril ano passado no Japão, mas foi adiado por conta da pandemia.