FMS monitora carrapatos potencialmente transmissor da febre maculosa no bairro São Joaquim e na avenida Raul Lopes

O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) de Teresina realizou hoje (09) reunião para definição do fluxo de febre maculosa no município. Motivado pela notificação recente de suspeita de febre maculosa em humanos na capital, o Núcleo de Controle de Roedores e Vetores (NCRV) da Gerência de Zoonoses (GEZOON) da FMS promoveu estudo de campo a fim detectar a presença do carrapato transmissor e da bactéria causadora da doença em Teresina. Embora nenhum caso humano de febre maculosa tenha sido confirmado em Teresina, vários carrapatos foram coletados em vários pontos da cidade.
Os carrapatos foram encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-RJ) para identificação da espécie e testagem. Os testes foram negativos para a presença da bactéria causadora da febre maculosa (Rickettsia rickettsii). Entretanto, os carrapatos coletados no bairro São Joaquim e na avenida Raul Lopes foram identificados como sendo o “carrapato-estrela” (espécie Amblyomma sculptum) – potencialmente transmissor da febre maculosa. O material genético da bactéria causadora da doença não foi detectado nos carrapatos nem nos animais hospedeiros, mas amostras de sangue de três cavalos do bairro Pedra Mole mostraram indicadores laboratoriais de contato prévio com a bactéria Rickettsia rickettsii (anticorpos da classe IGG),segundo informações do Cievs.
Até o presente, foram notificados 18 casos humanos suspeitos de febre maculosa em residentes em Teresina – mas nenhum foi confirmado (16 casos foram descartados e dois permanecem sob investigação). Entretanto, a identificação do carrapato transmissor e a presença de anticorpos no sangue de alguns equídeos na cidade acende um alerta para a possibilidade de introdução e transmissão da doença no estado, reforça Walfrido Salmito, diretor de Vigilância em Saúde da FMS.
A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, caso esteja infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros. A espécie transmissora da doença pode ser encontrada em animais de grande porte (bois, cavalos, etc.), cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente, na capivara, explicou Salmito.
A FMS reforça as seguintes orientações como medidas de prevenção à doença:

1) Para se proteger e facilitar a visualização dos carrapatos é muito importante que as pessoas, quando entrarem em locais de mata, estejam de calça e camisa compridas e claras e, preferencialmente, de botas. A parte inferior da calça deve ser posta dentro das botas e lacrada com fitas adesivas. Se possível, as pessoas devem evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e, a cada duas horas, verificar se há algum deles preso ao seu corpo. Quanto mais depressa o carrapato for retirado, menores os riscos de infecção. Ao retirar um carrapato, não se deve esmagá-lo com as unhas. Com o esmagamento, pode haver liberação das bactérias que têm capacidade de penetrar através de pequenas lesões na pele. Também se deve forçar o carrapato a se soltar encostando agulha ou palito de fósforo quente. O estresse faz com que ele libere grande quantidade de saliva, o que aumenta as chances de transmissão das bactérias transmissoras da doença. Os carrapatos devem ser retirados com cuidado, por meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele. Existem também repelentes com concentrações maiores do produto químico DEET (N-N-dietil-meta-toluamida), que são eficientes contra mosquitos e carrapatos;

2) Se você tem o hábito de levar o seu cão para viajar para áreas rurais, tome cuidado para que ele não se torne reservatório da febre maculosa quando você retornar para a sua cidade. Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;

3) Para quem mora nas regiões rurais, é importante evitar que os animais domésticos fiquem em locais sujos e com muito mato. Reserve um local limpo, ventilado e observe se há algum carrapato nas patas, orelhas ou no restante do corpo do cão, principalmente aos sinais de coceira. Deve-se realizar higienização dos cães com banhos semanais. Para equídeos (equinos, muares e asininos ) procurar assistência veterinária para o tratamento adequado para o controle do carrapato. Uma medida eficaz que também evita a proliferação dos carrapatos, é aparar o gramado rente ao solo uma vez por ano na época das águas, de preferência com roçadeira mecânica. Com o capim baixo, os ovos ficarão expostos ao sol e não vingarão, quebrando-se o ciclo do parasita;

4) Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

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