Agronegócio do Piauí deve ser o mais afetado com a guerra

Com a guerra deflagrada na Europa e afetando as principais áreas de produção de fertilizantes e defensivos: Ucrânia e Bielorrússia, as restrições econômicas e fechamentos de corredores de logística, levantaram grande preocupação no setor mais promissor da economia brasileira e piauiense: o agronegócio.

Se para estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, a Guerra na Rússia, que afeta diretamente o fornecimento de fertilizantes, pode gerar aumento no uso dos fertilizantes de origem biológica, no caso do Piauí a substituição total ainda é impossível e o agronegócio do estado pode ser o mais afetado do país. A avaliação é do presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí, Alzir Neto.

Os principais fornecedores de potássio estão justamente na região de conflito. “O Piauí, digo com segurança que importamos em torno de 80% dos fertilizantes utilizado na soja. Tudo isso vem através do terminal de grãos nordeste no Porto de Itaqui e é preocupante a situação”, explica. Segundo o Ministério da Agricultura, nacionalmente a dependência é de 93%.

Apesar dos estudos e do avanço na substituição das fontes de defensivos e fertilizantes químicos paras as biológicas, que inclusive já existem no Cerrado do Piauí, a idade de cultivo das áreas piauiense, recente, não permite que essa substituição se dê ainda em larga escala.

As regiões do Paraná, Rio Grande do Sul e o próprio Mato Grosso tem a vantagem de serem regiões com mais de trinta, até setenta anos de cultivo e podem trabalhar no contexto do plantio direto. “Um sistema que permita diminuir, às vezes até mesmo não colocar o adubo. Aqui no Piauí isso é impossível”, explica o produtor.

Plano B para o Brasil
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou que até o final de março o Governo Federal deve entregar um plano de trabalho cujo objetivo é diminuir a dependência do agronegócio nacional das importações de fertilizantes russos, estimulando a fabricação nacional. Não só a soja está sendo afetada. Da mesma área do conflito também são importados os nitrogenados, que impactam mais a cultura do milho. “No contexto geral é uma commoditie que vai subir, várias empresas, eu mesmo entrei em contato ao longo última semana, nem sequer tem preço, não estão nem negociando e estão preocupadas em saber se o que já feito de travamento se eles vão conseguir de fato entregar. É uma situação bastante delicada sim”, enfatizou o presidente da APROSOJA, Alzir Neto.

Fonte: ASCOM APROSOJA/ Piauí

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